terça-feira, fevereiro 10, 2009

Sobre passar no vestibular.

Então, a pedidos da Isabella, e devido a minha extrema falta do que fazer, aqui estou eu, pra escrever sobre: passar no vestibular!

Você faz seu primeiro vestibular, cheio de esperanças de nunca mais ter que voltar a estudar química, ou biologia. Mas aí, você não passa. Todos dizem que 17 anos ainda é muito cedo pra entrar na faculdade, que você vai ganhar experiência, e blablabla. Tudo bem, mas a sua sensação não é essa. A sensação é de um ano perdido, e no meu caso, acompanhado de um extremo mal humor, de ter que aguentar um ano de cursinho, com os mesmos professores, as mesmas piadinhas, o mesmo material. Mas sim, eu admito, que no 3º ano eu não estudei o suficiente, fui mais uma a se dar mal com a ilusão de que passar pelo PISM é muito mais fácil. É fácil, sim, pra quem tem pontos sobrando, e pra quem não viu o ponto de corte do seu curso subir 30 pontos (ou algo assim, fiz questão de esquecer).

Alguns amigos passam, outros desistem, e vão direto pras particulares. E como eu não tive opção, voltei pro Opção (hãn hãn, entendeu o trocadilho?), pra tentar mais uma vez. Um ano extremamente estressante, cansativo, chato. Os professores entravam na sala, começavam a falar, e eu quase tinha um troço de pensar em estudar aquelo tudo de novo (exceto algumas matérias que eu realmente gostava de estudar, claro). Meus finais de semana tinham que ser realmente bons pra eu conseguir sobreviver à semana seguinte, ou o meu mal humor matinal era triplicado.

Então, depois de um loooongo ano, de muito terrorismo dos professores, da pressão dos pais, e etc e tal, chega o dia do vestibular, e você passa da 1ª fase. Dá aquele gás extra pra continuar revisando tudo direitinho pra 2ª fase, suas esperanças aumentam, e você quase morre de cansaço, só de já estar vendo a linha de chegada. Aí você faz a 2ª fase, e entra de f-é-r-i-a-s. Se esbalda, bebe até cair, vai jogar sinuca em plena segunda-feira, dorme até meio-dia, passa as tardes assistindo Mulheres Apaixonadas, fica acordada até 5h da manhã. E aí sai o resultado.

Sai o resultado, e você passa. Nunca mais estudar hormônios, enzimas, reações, pilhas, eletrólise, Álvares de Azevedo, correntes marítimas, revolução gloriosa, tipos de clima, eletrostática, função semântica... é uma sensação maravilhosa! É um ano que no início você acha que vai ser desperdiçado na sua vida, e que no final vale muito à pena (não, eu não sei usar crase). Dá vontade de sair gritando pro mundo: OI, EU PASSEI NO VESTIBULAR!
Veteranos e futuros colegas te adicionam no orkut, sua família te coloca em um pedestal, você sai pra comemorar 4 dias, e todos os brindes são em homenagem as aprovações (eu não sei usar crase MESMO), os veteranos que você conhece te fazem ameaças a respeito do trote. Você faz questão de organizar todo o seu material de cursinho pra dar um fim naquilo, descobre a quantidade enorme de papel que você gastou durante o ano, dá uma folheada nas apostilas, e só consegue lembrar do que estava acontecendo na sua vida naquela época, a matéria parece estar escrita em grego. Chega o dia da matrícula, você conhece alguns veteranos que literalmente escrevem na sua testa que você é caloura, conhece alguns futuros colegas super legais, e futuros calouros seus, também (essa é a parte boa de passar pro primeiro semestre), e volta pra casa super feliz com os seus horários de aula, e seus montes de papéis com 'instruções' sobre a sua nova vida de universitário.

Aí você volta pra casa, começa a contar os dias pras suas aulas começarem, dá graças a Deus de não ter passado pro segundo semestre, e não precisar ficar seis meses sem fazer nada (eu ia escrever à toa, mas eu realmente vou desistir de tentar usar crase). Você quer sair, mas tem que economizar dinheiro pro trote, sem contar que você acaba esquecendo que a maioria das pessoas não está mais de férias,

Aí você fica realmente irritado de ficar à toa (droga, crase de novo!) em casa, e começa a fazer coisas que não gosta, como escrever um texto gigantesco¹, só pra contar sua trajetória até se tornar caloura de Arquitetura e Urbanismo da UFJF!




P.s.¹: Marina tem um blog, mas chegou à conclusão de que odeia escrever, só gosta de ler. Por isso ela só escreve quando realmente não tem nada pra fazer; e isso também a ajudou a descartar a possibilidade de tentar Comunicação.

1 Comments:

Blogger isa said...

irra!
:D
que bom que escreveu.

esse é, definitivamente, o tipo de sensação que a gente PRECISA externar(?).


beijo, queridona.

14 fevereiro, 2009 10:39  

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